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Foto do escritorKelly Rossi

A Boa Terra - resenha


Título Original - The Good Earth

Autora - Pearl S Buck

Editora - Abril Cultural

Gênero - Romance Histórico

Páginas - 396

Ano - 1931

ASIN - B004TIEML2

Classificação - ⭐⭐⭐⭐⭐❤️


Sinopse - "Na velha China, anterior à Revolução, uma pobre família de camponeses luta pela posse de seu pedaço de terra. No cenário milenar destaca-se a força e a perseverança de um homem, Wang Lung, um bravo em meio à miséria, à fome, às guerras que encharcaram o solo de sangue e lágrimas."


Um romance que me acompanhará por muito tempo, e dele lembrarei sempre que a chuva cair e lavar a terra, nossa terra boa. O romance fala sobre a jornada de ascensão do jovem Wang Lung da pobreza à extrema riqueza, retratando a vida de diferentes classes sociais ao longo de duas gerações inteiras. Um romance tocante e imortal.


“Se venderem a terra, será o fim.” “Da terra viemos e a ela temos de voltar… e se souberem conservar a terra, tereis sempre do que viver…”

É difícil expressar em palavras a magnificência da narrativa de Buck, mas prometo me esforçar para que você possa compartilhar comigo de tal beleza. Por ficar tão apegada aos personagens, não queria deixá-los. Foi daqueles livros difíceis de largar e quando pausava a leitura, a história ficava na minha cabeça e não via a hora de voltar a ler.



O pano de fundo do livro é muito anterior ao ano de sua publicação, 1931. O romance começa com um lavrador chamado Wang Lung, para quem o solo é tudo. Ele é simples como barro, sem luxo na vida. A família é um pai velho. Eles eram tão pobres que não conseguiam nem tomar banho regularmente, comiam um pouco de farinha e alho e bebiam apenas água quente substituindo o precioso chá. Naquela época, na China, era costume ter uma família numerosa, quanto mais filhos na família, mais sorte traria. A situação miserável de nosso protagonista não o permitia ter um casamento como ditava os padrões daqueles tempos. Ele acabou tendo que escolher uma escrava considerada bastante feia aos olhos da sociedade. Mas Wang segue muito feliz, porque agora tem uma esposa, O-lan, para cuidar das tarefas domésticas, enquanto ele poderia dedicar total atenção ao cultivo.


Aos poucos, o dinheiro começou a se acumular nas mãos de Wang e um filho veio para o colo de O-lan. Com o tempo, a família e a quantidade de bens foram crescendo. E assim seguimos acompanhando a mescla dos acontecimentos históricos com a história dessa família, suas dificuldades e conquistas, sem falar no desenvolvimento e nas mudanças psicológicas de cada personagem diante dos altos e baixos que a vida ia apresentando.


"– Nunca venderei as terras! – gritou para eles – Torrão a torrão, arrancá-la-ei para dá-la a comer a meus filhos, e, quando morrerem, enterrá-los-ei na terra, e eu e minha mulher e meu velho pai, até mesmo ele, morreremos na terra que nos deu o berço!"

É difícil ler e não se comover com os sacrifícios do povo e com a situação das mulheres. É preciso ler sem trazer o contexto para nossos dias. Mesmo assim, garanto que o sofrimento existe em vários momentos da leitura. Para mim, a heroína dessa história é O-lan, uma mulher forte e absolutamente impecável em todos os momentos. Como eu torci, sofri e vibrei por ela... Uma personagem inesquecível.


O sistema social da China antes da revolução, quão pronunciada era a diferença entre ricos e pobres, o feudalismo, a condição submissa das mulheres e sua força, a superação e determinação do ser humano... esses são alguns dos pontos que a autora conseguiu levantar e harmonizar com maestria em sua narrativa.


“O presente é tudo aquilo que é palpável e sobre o que não temos dúvida. Uma vez que isso é a verdadeira vida, não se deve ser gasto tolamente. Deve ser saboreado em cada colher de alimento, em cada momento de sono, em cada gole de vinho, na hora do pôr do sol, na chuva que corre pelas montanhas, numa flor, num pássaro, no riso da criança, na companhia de um amigo, na alegria do amor. O tempo deve, acima de tudo, ser valorizado, esse precioso tempo que, quando gasto na pressa e no aborrecimento, é perdido. Cada momento de paz é mais precioso do que todas as riquezas, pois apenas na paz a vida pode ser plenamente saboreada. Assim, o bem é sabedoria, pois no mal não há paz, e a bondade é a sabedoria, pois não há paz no sofrimento, e o homem bom goza a vida como o mau não pode fazê-lo; no entanto, a bondade não deve ser imposta aos outros, pois a força em si mesma traz o sofrimento.”


Este livro é um documento brilhante sobre a mudança familiar, individual e social na China. Ganhou o prêmio Pulitzer em 1932, mas é tão atual como sempre, em sua simplicidade, contando as vidas de seres humanos em seu sistema sócio-econômico.


A autora nasceu nos EUA em 1892, mas passou a infância na China. Ela trabalhou como professora na China por cerca de 10 anos. Acho que tem uma narrativa muito semelhante à dos escritores chineses que já li. Isso significa que sua caneta teve um grande impacto no que aconteceu a seguir. As palavras da história são tão simples que é impossível não se surpreender com a curiosidade que desperta ao lê-la. Pearl S. Buck recebeu o Nobel de Literatura em 1938.


Gostam de livros que carregam uma carga histórica como esse?


Beijos, um ótimo voo a todos e até a próxima!📚


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