Autora - Agatha Christie
Tradução - Carlos André Moreira
Editora - L&PM Pocket
Gênero - Romance Policial
Páginas - 272
Ano - 2020
ISBN - 978-85-254-1880-7
Classificação - 3,5⭐
Sinopse – "Quando o luxuoso Trem Azul chega a Nice, na Riviera Francesa, um guarda tenta acordar a serena Ruth Kettering, uma jovem atraente e riquíssima herdeira. Qual não é o seu susto ao perceber que ela está morta, assassinada com um pesado golpe na cabeça que a deixou quase irreconhecível. Além disso, alguém roubou seus preciosos rubis. O primeiro suspeito é Derek, o marido de Ruth. Mas Hercule Poirot não está totalmente convencido, então monta uma completa reconstituição do crime e da viagem, com direito a tudo, inclusive a presença do assassino a bordo..."
“Mas de certa forma, estar fisicamente presa dá a você muito espaço para expandir seu pensamento. Fica-se sempre livre para pensar, e sempre tive uma agradável sensação de liberdade mental.”
Já pensaram na herança maligna que uma joia famosa carrega?
Logo no início, Ruth Kettering, uma americana linda e mimada, ganha o Rubi "Coração de Fogo" de seu milionário pai, Rufus Van Aldin. Assim como outras pedras preciosas, o "Coração de Fogo" carregava uma história de tragédia e violência. E desta vez não foi diferente.
Paralela a história de Ruth, também conhecemos a doce e tranquila inglesa, Katherine Grey, que sempre teve uma vida simples até receber uma herança generosa de sua antiga patroa. Com a ideia de aproveitar a um pouco mais a vida, Katherine embarca no luxuoso Trem Azul onde terá seu destino selado por um encontro que mudará sua vida para sempre.
“O espelho mostra a verdade, mas cada um se colocará em um lugar diferente para observá-la.”
Um misterioso assassinato seguido de roubo do "Coração de Fogo" chega ao alcance do já aposentado Hercule Poirot, e ele simplesmente não consegue ficar de fora das investigações.
Eu senti o início da história bem lento. E mesmo com a aparição do grande Hercule Poirot, que acontece apenas depois de 30% da leitura, a narrativa continua sem brilho. Apesar de ser uma escrita fácil e gostosa de ler, ficou faltando aquela pegada humorística que tanto marca as obras da Agatha.
Para os leitores vorazes de Agatha Christie, o mistério desse livro não é difícil de desvendar. Mas euzinha aqui dei com a cara no chão. Eu tinha certeza que dessa vez tinha acertado o assassino, ledo engano. Mesmo assim, a surpresa foi ótima. O desfecho acabou ficando bem emocionante e senti aquele gostinho de indignação que sempre sinto ao ser feita de trouxa com os livros da Agatha.
Esse foi o nono livro lido pelo clube #lendorainhaChristie . O debate, como sempre, foi um encontro delicioso e enriquecedor. Foi maravilhoso saber os sentimentos que cada um teve com a leitura. Absorver essas experiências fazem com o livro fique guardado para sempre no meu coração, mesmo quando a leitura não tenha sido uma das melhores.
“- Trens são coisas implacáveis, não são, monsieur Poirot? Pessoas morrem e são assassinadas, mas eles continuam assim mesmo. [...] – A vida é como um trem, mademoiselle. Ela continua. E é bom que assim seja.”
CURIOSIDADES
"O Mistério do Trem Azul" foi baseado no conto "The Phymouth Express" que a Christie escreveu em 1923 e foi publicado apenas em 1974 no livro "Os Primeiros Casos de Hercule Poirot".
A autora escreveu o livro ampliando o conto, mudando o nome dos personagens e pequenos detalhes da história.
Infelizmente, Christie estava em uma época bem difícil de sua vida, tinha perdido a mãe, estava lidando com a infidelidade do primeiro marido, além de ter ficado desaparecida por 10 dias. Depois de separada, ela precisava de dinheiro e acabou publicando "O Mistério do Trem Azul". Em sua autobiografia, ela diz que "sempre odiou" esse livro.
Para mim, talvez esse seja um forte candidato para o "pior Christie". Veremos!
Já conhecia esse livro? Qual o livro da autora que você tem mais vontade de ler?
Beijos, um ótimo voo a todos e até a próxima!💖📚
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